Resumo: Frutos tropicais apresentam ótimas características funcionais, constituindo um importante domínio de inovação para a indústria alimentícia, farmacêutica e cosmética, devido seus efeitos na saúde e potencial de mercado. O bioma do cerrado mato-grossense apresenta grande diversidade de espécies de pequenos frutos nativos, que têm sido utilizados por povos indígenas e tiveram papel fundamental na alimentação dos exploradores e colonos desta região do Brasil. No entanto, a maior parte de tais frutos ainda não foi inserida no contexto do agronegócio brasileiro, seja por falta de tecnologia para a produção em escala ou mesmo pelos poucos estudos realizados quanto aos seus aspectos fitoquímicos, toxicológicos e nutricionais gerando um desconhecimento do seu potencial de aproveitamento. Deste modo, o estudo visará a seleção de um grupo de frutos típicos do cerrado mato-grossense, tradicionalmente utilizados pela população local, onde extratos e óleos voláteis das diferentes frações dos frutos (polpa, semente e casca) serão biomonitorados quanto ao potencial antioxidante por meio de modelo “in vitro” 2,2 difenil-1-picril hidrazil radical (DPPH) e antimicrobiano, seguidos da caracterização das substâncias responsáveis pelas atividades detectadas por cromatografia em fase gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-EM), cuja ferramenta tem sido útil para analisar o perfil químico de misturas complexas. Apesar de serem compostos naturais, os frutos também podem apresentar toxicidade por isso, o cuidado com a utilização é imprescindível e de suma importância no controle dos possíveis efeitos adversos e colaterais que o uso crônico e/ou agudo pode acarretar no organismo. Deste modo, será investigado o potencial tóxico destes frutos frente ao microcrustáceo Artemia salina e posterior correlações com a citotoxicidade diante de linhagens de células tumorais e sadias. Desta forma, espera-se que os resultados deste trabalho acrescentem novos compostos e/ou extratos com comprovada atividade farmacológica ao restrito arsenal terapêutico fitoterápico, fornecendo ferramentas para o desenvolvimento sustentável do cerrado mato-grossense por meio da valorização de frutas nativas da região, gerando renda para as populações locais e a proteção ambiental por meio da redução de áreas destinadas a pastagens e plantio.